domingo, 7 de fevereiro de 2010

Tweets que ultrapassam 140 caracteres: Guerra ao terror


Maior candidato a estragar a festa de James Cameron e seus bichos azuis no Oscar, Guerra ao terror é um excelente filme. Não é o melhor filme de guerra de todos os tempos e, provavelmente, nem o definitivo sobre a nova guerra no Iraque, mas, com certeza, tem que figurar em qualquer lista de melhores do ano, como vem acontecendo. Entre os muitos méritos da obra, destacam-se dois: a atuação intensa de Jeremy Renner e a direção certeira de Kathryn Bigelow. Renner é capaz de compor um personagem com as mais variadas nuances. Percebemos que seu Sargento James é um viciado em adrenalina (como diz um soldado à certa altura do filme) e de uma inconsequência suicida, no entanto, concomitantemente a isso, é possível notar sua seriedade e determinação no trabalho, assim como sua sensibilidade no trato com os nativos. Se tem alguém capaz de tirar o Oscar do dude Jeff Bridges, esse alguém é Jeremy Renner. Quanto a Bigelow, é impressionante perceber o amadurecimento dessa cineasta. Depois de seu fraco último longa, K-19, ela demonstra muito talento ao narrar a história do esquadrão antibomba do exército americano. Kathryn é perfeita ao apostar numa abordagem documental em certos momentos, abusando do zoon in e zoom out, da câmera na mão e dos cortes rápidos, imprimindo uma urgência muito interessante e orgânica à narrativa. Nas situações em que opta por outro estilo, é exata no uso comedido e minimalista da câmera lenta.

Portanto, é plenamente justificável o bafafá em torno de The Hurt Locker (algo como o armário da dor, fazendo alusão à roupa utilizada no trabalho do esquadrão antibomba), e recomendável que todos assistam, de preferência no cinema, apesar de já estar há longos meses nas locadoras, devido a uma jogada de marketing pífia dos distribuidores brasileiros.

Miguel Moura


Nenhum comentário:

Postar um comentário