terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Tweets que ultrapassam 140 caracteres: Gran Torino


Não consigo entender como críticos renomados e interessantes conseguem enxergar uma obra-prima no penúltimo filme de Clint Eastwood. Em tempos de prêmios, há quem reclame a não inclusão da obra e incense-a como a melhor de 2009. Meu Deus, eu vi outro filme. Pois o filme que eu vi tem Eastwood numa performance caricatural, por vezes até engraçada, é verdade, mas que ruma para o ridículo conforme o desenrolar da trama; tem os piores atores coadjuvantes que eu tive o desprazer de acompanhar no cinema - o que dizer do Padre Janovich? - ou, principalmente, da dupla oriental, com destaque negativo para o intérprete de Thao, beirando o amadorismo; tem o relacionamento motriz da obra altamente superficial - Walt e Thao se tornam melhores amigos quase que da noite para o dia - e tem, principalmente, um final de levantar da cadeira e sair irritado do cinema. A escolha de Eastwood por finalizar a fita com um ato de heroísmo e sacrifício descabido e tolo é revoltante, e não só enfraquece o filme como o torna moralmente complicado, para dizer pouco. Piegas, mal-atuado, maniqueísta e chato. Como é que alguém ainda vê qualidades suficientes para alçá-lo à condição de integrar qualquer lista de melhores que seja?

Resposta? Não sei.

Miguel Moura


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