sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Notícia do dia: Nas Montanhas da Loucura


Um projeto que reúne uma obra de Lovecraft, a direção de Guilhermo Del Toro e a produção do midas James Cameron, só pode ser, desde já, um dos filmes mais esperados dos próximos anos.

... E em 3D!!!


Miguel Moura



quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Vídeo da semana: 500 Dias Com Ela


O filme de Marc Webb não é a obra genial que alguns apregoavam quando foi lançado em 2009, tão pouco figura entre as melhores comédias românticas da década como outros insistiam em dizer, mas o carisma de Joseph Gordon - Levitt e cenas como esta abaixo certamente puxam "500 days of summer" para longe da mesmice das comédias românticas Hollywoodianas.




*essa versão não inclui o pequeno e genial take do "Han Solo reflex" que pode ser vista nesse link impossibilitado de incorporar:

http://www.youtube.com/watch?v=8tJoIaXZ0rw&feature=related

Crítica: Par Perfeito


Par Imperfeito: Luketic e Heigl


Por Miguel Moura
26/08/2010

Ashton Kutcher e Katherine Heigl interpretam dois jovens que se conhecem em Nice. Mas o que Jen (Heigl) não sabe é que seu novo flerte é na verdade um assassino do governo americano em missão na França. A partir daí a aparente comédia romântica se transforma em um mix de filme de comédia e aventura com toques de espionagem. Algo muito comum na segunda metade dessa década vide obras como Sr e Sra Smith e o recente Encontro Explosivo.

O problema maior de Par Perfeito (Killers, 2010) é tentar emular dezenas, não, centenas de outras obras e ser inferior a praticamente todas elas. E, sejamos claros, o padrão não é tão alto assim já que as obras mencionadas no parágrafo anterior estão longe de representar o maior nível de cinema. O plot em si, já é de uma obviedade irritante mas assim são 90% dos filmes lançados em Hollywood, o pior é ser extremamente auto indulgente e não contar com nenhuma cena empolgante ou engraçada que seja durante toda sua duração. Christopher Nolan provou com seu Inception que você pode subverter os clichês e transformar formulas pré existentes em filmes inventivos e porque não, geniais.

Contudo, comparar um cineasta como Nolan ao diretor do filme Robert Luketic é um exercício besta da minha parte já que esse diretor ainda não foi capaz de conceber UM filme acima da média que seja, cometendo uma bomba atrás da outra. Aqui ele volta a demonstrar sua total falta de habilidade nas cenas de ação (coisa que ele já havia demonstrado em Quebrando a Banca) e sua incapacidade de conferir emoção às cenas tensas. Tudo parecer terrivelmente encenado e falso o que, obviamente, prejudica e muito o filme do australiano Luketic.

O único resquício de cinema de qualidade da obra reside no carisma de Kutcher. E veja bem, não estou falando de nenhuma atuação genial, mas só o fato de convencer como herói de ação, o ex- apresentador do programa de pegadinhas Punkd já faz melhor que todo elenco. Principalmente melhor que sua co-protagonista que parece estar se especializando em fazer bombas. A última, alias, junto com o diretor dessa nova bomba (A verdade nua e crua, 2009). Fuja... De ambos!


*texto cedido pelo almanaquevirtual.com.br

sábado, 19 de junho de 2010

Príncipe da Pérsia


Jake Gyllenhaal como um persa: FAKE

Gemma Artenton como uma princesa: FAKE

Cenários digitais: FAKE

Efeitos especiais: FAKE

Coreografias das lutas: FAKE

Logo, a adaptação para o cinema de Principe da Pérsia: FAKE


Miguel Moura


domingo, 2 de maio de 2010

Vídeo da semana: O segredo dos seus olhos


O vídeo dessa semana é um making of do já badalado plano sequência do maravilhoso filme de Juan José Campanella - El secreto de sus ojos. A câmera viaja no ar até encontrar os protagonistas em um perfeito encontro de arte e tecnologia; como bem explica o vídeo.





segunda-feira, 5 de abril de 2010

Tweets que ultrapassam 140 caracteres: Um sonho possível


Narrativas de superação são invariavelmente revisitadas pela indústria Hollywoodiana. Se você adicionar à equação uma historia verídica com toques dramáticos estará formada a formula perfeita. Uma vez mais a formula funciona: catapulta-se um filme repleto de clichês e uma atuação correta de uma estrela a condição de geniais. Não é. Longe disso. O filme de John Lee Hancock é quadrado, previsível e por vezes enfadonho. A atuação de Bullock é segura, o personagem é carismático, mas sou capaz de citar dezenas de atrizes com performances mais intensas e personagens mais densos do que sua Leigh Anne. A situação de Sandra Bullock muito se assemelha à Julia Roberts e seu Oscar ganho em 2000 pelo também irregular Erin Brockovich. Em ambas as situações, a indústria não perdeu a oportunidade de premiar suas estrelas do "box office" e claro, agradar seus inúmeros fãs.

Miguel Moura


quinta-feira, 1 de abril de 2010

Notícia do dia: Baywatch


"adaptação para o cinema da telessérie Baywatch troca de roteiristas para dar maior ênfase à ação no estilo As Panteras"

Sério?


Miguel Moura



terça-feira, 30 de março de 2010

Vídeo da semana: Knight and day


Uma mistura de Missão Impossível e Sr. e Sra. Smith com direito à Cameron Diaz?
Parece divertido...







Filmes que podem ser definidos com apenas uma frase: O livro de Eli


- Bem feito, bem dirigido, mas falta alguma coisa... Já sei: originalidade!


segunda-feira, 29 de março de 2010

Crítica: O caçador


Um dos melhores filmes policiais de 2009 é coreano.


O Oriente ensina


Por Miguel Moura
07/10/2009

O cinema oriental é mesmo fascinante. Nenhuma escola de cinema forma cineastas com tamanho apuro visual quanto os orientais; é impressionante constatar como apesar de diferentes países e nomes, a qualidade se mantém. O cinema chinês, por exemplo, é responsável pelo que talvez seja o maior diretor de filmes de ação existente, -
John Woo- cujas cenas em câmera lenta, perfeitamente orquestradas servem de inspiração/cópia até hoje. Da china veio também o genial Ang Lee; já o Japão é casa de um dos maiores gênios do século 20 -Akira Kurosawa, para ficar em apenas alguns exemplos. O cinema coreano demorou a se firmar internacionalmente, no entanto, nos anos 2000 obras geniais de diferentes gêneros ("Oldboy" e "O Hospedeiro" para citar alguns) conquistaram o mundo e consolidaram a Coréia do Sul como mais um celeiro de grandes obras.

O Caçador (The Chaser , 2008) é um desses exemplos de magnitude do cinema advindo do oriente. A obra narra à história de Joong-Ho, um ex-detetive e agora cafetão, que se vê afundado em dividas ao passo que suas "meninas" estão desaparecendo misteriosamente. Mi-jin, uma das únicas que sobraram, também desaparece após um programa, o que leve Ho a perceber uma ligação entre os sumiços. Todas as meninas desaparecidas atenderam ao mesmo homem. Sabendo disso, o cafetão vai atrás de sua empregada, e consegue capturar o culpado. Contudo, Ho e a policia não conseguem encontrar o local dos crimes, nem provais cabais, apesar da confissão do assassino. O diretor Hong-jin Na cria a partir das 12 horas de retenção sem mandado do prisioneiro, um tenso e bizarramente bem humorado policial.

O humor peculiar da obra advém principalmente da força motriz do longa: a violência. Seja ela emocional ou física (especialmente essa) estilizada ou crua, os exageros do protagonista aliada à irreverência do psicopata e primordialmente a brutal incompetência da policia coreana (pintada aqui, como sendo possivelmente a pior do mundo) fazem rir como poucas comedias em cartaz. Primeiramente, podendo parecer involuntário, a busca pelo humor é claramente percebido nas cenas passadas na delegacia (como não podia deixar de ser) que exibem um timing cômico perfeito. Muitas vezes, Hong-jin procura enquadrar feições e reações típicas do cinema de humor e inclui até uma hilária sub-trama envolvendo o prefeito de Seul.

Muito da força de O Caçador (titulo presente nas cópias exibidas no festival) reside em seu protagonista, um sujeito violento por natureza, mas que nem por isso deixa de demonstrar seguidamente sua humanidade - a relação com a pequena filha de Min Jee escancara bem toda a complexidade do personagem- e busca quase que irracionalmente sua protegida, botando em risco até mesmo sua vida e liberdade em prol dessa caçada. Não se pode deixar de ressaltar também o inspirado trabalho de
Jung-woo Ha como o psicopata Young-min Jee, alternando momentos de puro sadismo com uma insanidade quase juvenil.

Apesar de ter seu ultimo ato enfraquecido por coincidências absurdas, The Chaser funciona bem como um policial tenso, otimamente como aventura bem humorada e brilhantemente como sátira a um sistema policial falho. Tudo isso aliado a uma direção energética que nunca perde de vista as emoções de seus personagens, e uma montagem vigorosa, tornam a produção mais um belo exemplar do cinema oriental, que também é responsável por outras perolas neste festival como "Ainda a Caminhar" e "Sede de Sangue". É rezar para Hollywood não descobrir também o gênero policial, pois o terror já foi devidamente profanado.


*texto originalmente publicado no site almanaque virtual.


sexta-feira, 19 de março de 2010

Vídeo da semana: Guerra ao Terror


Em uma óbvia homenagem ao vencedor do Oscar Guerra ao Terror, o vídeo desta semana é uma cena que ilustra perfeitamente o espírito da obra. Entre muitas cenas épicas de guerra, a sequência escolhida é simples, mas certeira. Na cena, o personagem principal interpretado magistralmente por Jeremy Renner se encontra em um supermercado para uma simples compra do mês. O simbolismo da cena é genial; o Sgt. James não consegue deixar de ser o sargento, e seu desconforto é aparente. Estar ali contraria sua natureza, uma natureza bélica e acostumada à violência.



Miguel Moura


sábado, 13 de março de 2010

Filmes que podem ser definidos com apenas uma frase: Ps: eu te amo


- então quer dizer que a melhor forma de fazer esquecerem você é continuar mandando cartas tempos depois de morto?


Miguel Moura


Pós Oscar


Impressões rápidas: a cerimônia foi chata, a apresentação de Steve Martin e Alec Baldwin foi inferior ao que poderia se imaginar - em grande parte pelo fraco texto - e Sandra Bullock ganhou o Oscar de melhor atriz. Um Oscar como tantos outros: político, enfadonho, mas sempre estranhamente charmoso.

Pontos altos: Jeff Brigdes, dude, Jeff Bridges! E a vitória justíssima de Bigelow e seu Guerra ao Terror.

Pontos baixos: A festa em sí não teve grandes momentos mas a gafe tremenda de não incluir Farah Fawcett no post morten há de se destacar. Faltou elegância.

Miguel Moura



domingo, 7 de março de 2010

Dia de Oscar

Hoje é dia! Celebra-se nesse domingo, 7 de março, a maior festa do cinema americano. Cada ano que passa mais previsível mas nem por isso menos divertido. Esse ano a briga é entre Kathryn Bigelow e seu Guerra ao Terror e o midas James Cameron e seu milionário Avatar.
A primeira vista a briga é desigual, a desproporção entre as obras é enorme, mas não deve-se subestimar o poder do filme de Bigelow, que vem colecionando prêmios mundo a fora.

Minha previsão: (em vermelho, as minhas apostas.)

Melhor Filme
"Avatar"
"Guerra ao terror"
"Preciosa"
"Up – Altas aventuras"
"Bastardos inglórios"
"Um sonho possível"
"Amor sem escalas"
"Distrito 9"
"Educação"
"Um homem sério"


Ator
George Clooney, "Amor sem escalas"
J
eff Bridges, "Coração louco"
Colin Firth, "A Single Man"
Morgan Freeman, "Invictus"
Jeremy Renner, "Guerra ao terror"

Atriz
Meryl Streep, "Julie & Julia"
Sandra Bullock, "Um sonho possível"
Gabourey Sidibe, "Preciosa"
Helen Mirren, "The Last Station"
Carey Mulligan, "Educação"

Ator coadjuvante
Matt Damon, "Invictus"
Woody Harrelson, "The Messenger"
Christopher Plummer, "The Last Station"
Stanley Tucci, "Um olhar do paraíso"
Christoph Waltz, "Bastardos inglórios"

Atriz coadjuvante
Vera Farmiga, "Amor sem escalas"
Mo'Nique, "Preciosa"
Anna Kendrick, "Amor sem escalas"
Penelope Cruz, "Nine"
Maggie Gyllenhaal, "Coração louco"


Diretor
Quentin Tarantino, "Bastardos inglórios"
Kathryn Bigelow, "Guerra ao horror"
James Cameron, "Avatar"
Lee Daniels, "Preciosa"
Jason Reitman, "Amor sem escalas"

Melhor animação
"Up – Altas aventuras"
"Coraline"
"O fantástico Sr. Raposo"
"A princesa e o sapo"
"O segredo de Kells"

Melhor roteiro original
"Guerra ao Terror"
"Bastardos inglórios"
"O Mensageiro"
"Um homem sério"
"Up – Altas Aventuras"

Melhor roteiro adaptado
"Distrito 9"
"Educação"
"In the Loop"
"Preciosa"
"Amor sem escala"

Melhor filme estrangeiro
"Ajami"
"El Secreto de Sus Ojos"
"The Milk of Sorrow"
"Un Prophète"
"A fita branca"

Melhor edição de filme
"Avatar"
"Distrito 9"
"Guerra ao terror"
"Bastardos inglórios"
"Preciosa"

Direção de arte
"Avatar"
"O mundo imaginário do Dr. Parnassus"
"Nine"
"Sherlock Holmes"
"The Young Victoria"


Cinematografia (Fotografia)
"Avatar"
"Harry Potter e o enigma do príncipe"
"Guerra ao Horror"
"Bastardos inglórios"
"A fita Branca”

Melhor figurino
"Bright Star"
"Coco antes de Chanel"
"O mundo imaginário do Dr. Parnassus"
"Nine"
"The Young Victoria"

Documentário
"Burma VJ"
"The Cove"
"Food, Inc."
"The Most Dangerous Man in America: Daniel Ellsberg and the Pentagon Papers"
"Which Way Home"

Documentário de Curta-metragem
"China's Unnatural Disaster: The Tears of Sichuan Province"
"The Last Campaign of Governor Booth Gardner"
"The Last Truck: Closing of a GM Plant"
"Music by Prudence"
"Rabbit à la Berlin"

Melhor maquiagem
"Il Divo"
"Star Trek"
"The Young Victoria"

Melhor trilha sonora
"Avatar"
"O fantástico Sr. Raposo"
"Guerra ao terror"
"Sherlock Holmes"
"Up – Altas aventuras"

Melhor música
"Almost There" de "A princesa e o sapo"
"Down in New Orleans" de "A princesa e o sapo"
"Loin de Paname" de "Paris 36"
"Take it All" de "Nine"
"The Weary Kind (Theme from "Crazy Heart") de "Coração louco"

Curta-metragem de animação
"French Toast"
"Granny O'Grimm's Sleeping Beauty"
"The Lady and the Reaper"
"Logorama"
"A Matter of Loaf and Death

Curta-Metragem
"The Door"
"Instead of Abracadabra"
"Kavi"
"Miracle Fish"
"The New Tenants"

Edição de som
"Avatar"
"Guerra ao Terror"
"Bastardos inglórios"
"Star Trek"
"Up – Altas Aventuras"

Mixagem de som
"Avatar"
"Guerra ao Terror"
"Bastardos inglórios"
"Star Trek"
"Transformers: A vingança dos derrotados"

Melhores efeitos visuais
"Avatar"
"Distrito 9"
"Star Trek"

obs: As categorias que não possuem apostas são devido a meu total desconhecimento acerca das obras indicadas.

Miguel Moura


sábado, 6 de março de 2010

Crítica: Tá chovendo Hamburguer


Um filme que deveria estar entre os candidatos a melhor animação:

Surpreendente. A animação dos diretores Phill Lord eChris Miller tão pouco alardeada - marketing nacional quase inexistente - narra a historia de um gênio incompreendido, Flint Lockwood (voz original do comediante Bill Hader) que desde pequeno deseja fazer a diferença através da ciência. Deseja mudar o destino de sua cidade, uma ilha pesqueira perdida no meio do pacifico.

Após diversas tentativas frustradas, Flint inventa uma máquina capaz de transformar água em comida. Mais tarde, devido a um acidente, a geringonça vai parar na estratosfera e passa a transformar chuva em... HAMBURGUERES! Ao lado de coadjuvantes divertidíssimos a história de Flint diverte por sua leveza e criatividade. Mesmo longe de ser genial como algumas animações Disney-Pixar, Tá chovendo Hambúrguer (Cloudy with a Chance of meetballs, 2009) é melhor do que se pode esperar à primeira vista.

A saga de Flint é contada de maneira muito simples e exatamente por isso, eficaz. Sem a intenção de ser transformador ou tocante como Up, por exemplo, Cloudy with a Chance of meetballs (no original) possui narrativa fluida, estruturada e agradável por se concentrar principalmente em seus personagens para contar a historia. Personagens esses que conferem grande parte do charme ao filme, com destaque para o hilário carteiro Guatemalteca (dublado pelo galã "wannabe" Benjamin Bratt) e o sisudo pai de Flint, Tim Lockwood (na voz do veterano James Caan). Em algum momento pode-se sim questionar uma suposta falta de ambição artística do filme. Mas na verdade, é a turma de John Lasseter que nos deixou mal acostumados.

Um ponto a ser levado em consideração é a grande parte das gags serem voltadas mais ao público adulto do que ao publico infantil. Interessante por um lado, mas que pode sempre representar um risco a esse tipo de obra. Se levarmos em consideração sua estréia no topo do Box Office, podemos confirmar a predileção do público em geral por boas histórias que falam para todas as idades. Podemos citar como exemplo de obras maduras, Shrek (Dreamworks) e Wall-E (Disney-Pixar). Duas das animações mais bem faladas dessa década.

A experiência em 3D engrandece ainda mais o filme. E quanto mais vejo obras com essa tecnologia, mais rapidamente chego à conclusão que o presente e futuro do cinema residem ai. E não na ainda inviável tecnologia IMAX. Ta chovendo Hamburguer merece a ida ao cinema. Lamento apenas que a sessão para a imprensa tenha sido em cópia dublada. A experiência deve ficar ainda melhor nas vozes dos divertidos Bill Hader e Andy Samberg.

Miguel Moura

quarta-feira, 3 de março de 2010

Tweets que ultrapassam 140 caracteres: Fim da Escuridão


Mel é o Mel. Eu sou fã incondicional e quando assim se é, fica difícil ser imparcial. Não que essa seja a intenção, pois não é. Sou capaz, por exemplo, de perceber seus exageros e sua afeição pelo chamado overacting em alguns momentos, mas sou incapaz de não apreciá-los. Dito isso, devo dizer que a persona vingativa encarnada por Mel em tantas obras ao longo dos anos 80 e 90 está de volta. Tom Craven nada mais é do que uma versão envelhecida, de cabelos brancos, do Max ou de Martin Riggs - personagens que definiram a carreira do americano/australiano. A obra não é perfeita, Martin Campbell aposta mais na falação do que na ação em , o que não é de todo ruim se a trama fosse melhor trabalhada ou mesmo mais envolvente. O poder da fita reside na atuação de seu protagonista, um personagem interessante que cresce devido ao carisma de Gibson. As poucas cenas de ação são bem trabalhadas - marcas de seu diretor - e a atmosfera e ritmos impostos são orgânicos à narrativa. O que realmente incomoda são os ares sobrenaturais que nadam acrescentam à historia e só enfraquecem o drama de Craven.

Miguel Moura


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Vídeo da semana: Máquina Mortífera 2


O vídeo da semana é uma cena espetacular, tão emocionante quanto engraçada acerca da dupla de policiais mais famosa do cinema: Martin Riggs (Mel Gibson) e Roger Murtaugh (Danny Glover). Na sequência do filme de 87 a dupla mostra todo seu entrosamento nessa cena que beira o tragicômico.






Miguel Moura



quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Uma luta importante: direitos autorais


É sempre válido frisar a importância de se credenciar textos e dar o devido crédito a um material veiculado aonde quer que seja. É muito comum vermos em todos os tipos de mídia, uma apropriação indevida de textos alheios. Todos que trabalhamos merecemos reconhecimento e com jornalistas não é diferente. O jornalista Pablo Villaça é um defensor da causa, que infelizmente atinge tantos profissionais do ramo. Segue então um post do blog pessoal desse jornalista, que, claro, foi consultado sobre a possibilidade de ser mencionado por este blogueiro que vos escreve. Como deve ser feito, e deveria ser o usual.

http://www.cinemaemcena.com.br/pv/BlogPablo/post/2010/02/04/A-nao-mais-solitaria-luta-de-Pablo-Villaca-pelos-direitos-autorais.aspx


Miguel Moura


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Vídeo da semana: 8 1/2


Nine chegou aos cinemas carregado de expectativas. Não as cumpriu. Boa parte da expectativa foi gerada pelo genial filme original de Fellini. Um de seus melhores filmes e um dos maiores clássicos do cinema, Otto e mezzo possui cenas antológicas. A escolhida aqui é a emblemática cena de abertura em que o diretor italiano desfila sua elegante câmera por um estranho sonho do personagem interpretado por Marcello Mastroianni. Genial.





quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Crônica: um diálogo singelo entre duas obras vistas por uma mente sofismática


Primeira crônica desse blog - uma análise abordando dois de meus filmes favoritos: Na natureza selvagem e Onde vivem os monstros.


Momentos após o término da sessão de Onde vivem os monstros, me veio à cabeça, quase que inconscientemente, outro filme, Na natureza selvagem, de Sean Penn. A princípio, não pude compreender inteiramente a razão dessa correlação feita pelo meu inconsciente. Simploriamente, pensei no título de ambas as obras, que possuem a palavra “wild” (selvagem - em inglês), mas logo me atentei para o fato de que era muito mais do que isso; logo percebi que minha mente tinha entendido e compreendido ligações que, no primeiro momento, ignorei. Com a reflexão, foi possível que houvesse um encontro freudiano entre meu inconsciente, meu sub-consciente e meu consciente desatento. A partir desse encontro, ficou claro e beirando o óbvio que o paralelismo entre as obras se estendia a muito além do título (tanto assim que um caro amigo acabou por pensar na mesma relação). Trata-se, na verdade, de um diálogo intenso entre ambos, que diz respeito ao tema, à narrativa, ao inconsciente (olha ele aí de novo), à filosofia e, até mesmo, ao caráter catártico dos filmes dirigidos por Spike Jonze e Sean Penn.

Comecemos, portanto, a pensar nos dois personagens principais. Christopher McCandless, protagonista de Na natureza selvagem – interpretado por Emile Hirsh – é um dínamo, um promissor estudante e atleta que, ao se formar, contrariando seus pais e toda uma sociedade a sua volta, resolve largar sua vida já planejada por terceiros e tomar outros rumos. Um rumo em direção ao selvagem. Chris não quer saber da matéria e faz questão de dizer isso a seus pais quando recusa um carro novo. Chris não acredita na sociedade que o cerca, ele recusa a humanidade, mas é o mais sincero dos homens. Chris não está em busca de uma nova vida, e sim de vida; busca na natureza o que não encontrou nos homens, busca um conhecimento pessoal e espiritual que a poluição da cidade não o permite. Chris quer viver, quer se libertar, quer experimentar o mundo, porque acredita que assim é feita a alma de um homem, de novas experiências. Chris, assim como Tolstoy, não acredita na razão e não pretende a redenção, ele quer apenas ser.

Max é uma criança e, assim como todas, é cheio de dúvidas e, principalmente, de perguntas. Max tem problemas comuns; uma mãe separada, que, apesar de seu amor incondicional, não pode dar-lhe a atenção que deseja, muito menos sua irmã adolescente, que pouco quer saber de seus problemas “infantis”. Max quer atenção, quer brincar, se divertir, tudo que toda criança quer. Da solidão vem a imaginação, e, a partir daí, aparecem todas as simbologias de seus medos. Em uma noite de desentendimento com sua mãe, Max vai parar dentro de si, do seu mundo, que na sua cabeça se resume a monstros, monstros esses que bem metaforizam aspectos de sua vida. Max não quer autoconhecimento, e nem poderia, já que não deve nem saber o significado da expressão. Max quer fugir e na terra dos monstros é onde ele quer estar. Mas mesmo que fuja, ele não pode fugir dele mesmo, de suas angústias e dúvidas, porque essas o perseguem, mesmo que em forma de monstros.

A selva de Chris é o mundo dos monstros de Max, é onde ambos desejam estar. A busca pelo norte do estudante é a busca por qualquer lugar seguro para o pequeno Max. Christopher busca experiências; Max, segurança. São objetivos que não podiam ser mais contrastantes, porém, ao mesmo tempo, ambos querem fugir, querem ser livres, seja para brincar seja para viver. Eles dialogam pela busca de seu El Dorado pessoal. Os dois veem na fuga uma forma de lidarem com seus próprios sentimentos e incertezas. Max busca um porto-seguro e, não por acaso, seus monstros amigos dormem em montinhos, como se fossem fortes, como aqueles que tanto gosta de construir; Chris, por sua vez, quer o desconforto, o total desapego às coisas que o confortaram durante toda sua vida, e também, não por acaso, busca a floresta, o desconhecido, que lhe traz instantaneamente a apreensão, o medo daquilo que não se conhece. No entanto, assim como Max, que encontra nos monstros pedaços de sua própria vida (Carol, tem um quê da autoridade de sua mãe, mas também do seu próprio ciúme; KW resume bem um sentimento maternal de proteção e afago e até mesmo um lado fraternal de sua irmã, por costumeiramente abandonar a família e buscar abrigo com seus amigos; e até aquele que nunca é ouvido, representa bem um aspecto da solidão do próprio Max, e assim por diante), Chris encontra ao longo do caminho figuras que inevitavelmente remetem à sua vida, como Jan (interpretada por Catherine Keener), que em certo momento de sua jornada exerce o papel acolhedor de mãe, dando-lhe conselhos e carinho; como o sofrido Ron, que talvez tenha sido seu grande amigo, mas que, em muitos momentos, assume uma figura paterna na preocupação que tem e autoridade que exerce durante o tempo em que convivem. Ou mesmo a adolescente Tracy (papel de Kristen Stewart) que, apesar das investidas românticas, não consegue fazer com que Chris a veja somente como mulher e, no momento em que fica sabendo sua real idade, instintivamente a associa à sua irmã mais nova. Fica claro, portanto, que a fuga de ambos dialoga desde o início, seja se relacionando diretamente seja em uma dicotomia aparente.

É interessante analisar, também, a alcunha que Christopher assume para suas aventuras, Alexander Supertramp, algo muito comum na infância, quando nos damos nomes ou assumimos outra personalidade simplesmente para nos sentirmos menos carne e osso, menos frágeis e mais poderosos. Supertramp é uma maneira que Chris encontrou para, além de esquecer seu passado, enfrentar as diversas dificuldades que a natureza lhe impõe. Já Max não hesita em se autoafirmar rei, quando perguntado. Max vê na suposta ingenuidade de seus monstros, a oportunidade ser mais forte, mais poderoso, e, por conseguinte, mais livre. Chris e Max assumem personagens que os ajudam a combater seus anseios e a lidarem com suas dúvidas, ambos utilizam o poder do novo, do ser desconhecido para se libertarem das amarras que os prendem, sejam pais relapsos sejam medos pueris.

Ambas as obras contam com diretores que não seguem a cartilha do “mainstream”. São pensadores, homens que sabem o que contar e como contar. Tanto a obra de Jonze como de Penn narram jornadas, mas valorizam o personagem. São espécies diferentes de “road-movies”, que buscam desconstruir o ser e usam o caminho como um meio e não um fim para fazê-lo. Têm a exata noção de que o importante não é o caminho e sim quem o caminha. Jonze utiliza a câmera na mão para narrar a trajetória de Max como um retrato real, mas foge da mesmice imediatista, carregando a narrativa de contemplação e metáforas sentimentais. Sempre distante, no entanto, do sentimentalismo barato. Penn adere a travellings e a planos panorâmicos para ressaltar a grandiosidade e imponência da mãe natureza, anunciando os desafios e perigos que Chris enfrentará. Lembrando em muito Homem-urso de Herzog, o ator-diretor e seu fotógrafo utilizam paletas de cores que dão ao filme um ar documental que não poderia ser mais inerente à trama, fazendo, assim, com que mergulhemos ainda mais na história e nos sintamos imersos naquela selvagem natureza.

É peculiar perceber algumas escolhas dos dois cineastas (e que alimentou ainda mais meu desejo de pensá-los uniformemente) como, por exemplo, deixar a cargo de um músico à margem do cinema, e não de um compositor especializado, a trilha sonora de seus filmes. A escolha de Karen O (Onde vivem os monstros) e Eddie Vedder (Na natureza selvagem) não podia ser mais orgânica aos filmes, pois, em ambos os casos, sintetizam de forma brilhante as duas narrativas. Nenhuma palavra traduz melhor o filme de Spike Jonze do que a música “All is Love” ou a linda “Hard Sun” no caso da obra de Sean Penn. Percebe-se, ainda, uma livre utilização do material de fonte (o livro infantil de poucas páginas de Sendak de Onde vivem... E a biografia escrita por Jon Krakauer de Na natureza...) para contar histórias sob seus olhos, sendo fiel ao espírito e aos temas das origens, mas criando um mundo novo a partir das mesmas.

A câmera que sai do trailer de Christopher McCandless rumo aos céus é a mesma que assiste, impassível, a volta para casa de Max em seu barquinho. Sabemos que ali encerra-se uma jornada, mas que tudo que havia para ser vivido, foi. Sabemos que o Max que adentrou aonde vivem os monstros não é mesmo que saiu, muito menos Chris morre como o mesmo que enfrentou a natureza selvagem pela primeira vez. Eles se tornaram heróis e reis durante suas caminhadas, para no fim descobrirem a si mesmos e às suas naturezas, sejam elas selvagens ou monstruosas.


Miguel Moura


* um agradecimento especial à amada Caroline da Matta por sua ajuda.



terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Tweets que ultrapassam 140 caracteres: Amor sem escalas


Jason Reitman tenta de muitas maneiras (através principalmente da montagem e fotografia) imprimir um ar indie ao seu novo filme, mas o rosto de seu protagonista não deixa enganar, trata-se de mais um produto Hollywoodiano. E isso de nenhuma forma diminui o novo filme protagonizado por George Clooney. Up in the air é superior a pelo menos 90% das obras lançadas em 2009 e merece boa parte dos elogios que vem recebendo da imprensa especializada. George Clooney encarna Ryan Bingham com certa dose melancolia e muita sutileza, sendo certeiro por seguir esse caminho, já que seu personagem é um solitário contumaz. O homem que tem como meta de vida atingir um número absurdo de milhas é o centro do roteiro de Sheldon Turner e do diretor Jason Reitman, roteiro esse que, apesar de favorito ao Oscar de roteiro adaptado, é tremendamente irregular, contando com momentos inspirados e outros absurdamente superficiais. A construção do persongem de Clooney é perfeita, seu affair com Vera Farmiga é bem costurado boa parte do tempo, e sua relação mestre-aprendiz com a personagem de Anna Kendrick é sempre interessante. Mas, infelizmente, o roteiro se rende a clichês idiotas como o momento em que Ryan se dá conta de seu "verdadeiro amor" e corre para os braços da amada, contrariando toda a natureza do personagem construída pela narrativa até ali ,ou a "descoberta" de Ryan no ato final da obra, irritante por sua previsibilidade. Mas, no todo, o roteiro tem ótimos momentos, diálogos espirituosos - principalmente nos momentos de demissão ou "novo caminho", como apregoa Bingham. Reitman faz seu melhor trabalho na direção, muito superior a Juno, sendo econômico em suas escolhas, sem invencionices autorais. Amor sem escalas é um bom filme, com ótimo elenco e uma produção caprichada, mas não passa disso.

Miguel Moura


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Notícia do dia: Reboot de Sr. e Sra. Smith


Não tem muito o que falar além do título do post, só o que perguntar: por quê?

A falta de criatividade e a sede por dinheiro não encontra limites em Hollywood. Esse é o jogo.


Miguel Moura




Filmes que podem ser definidos com apenas uma frase: Substitutos


- esse filme é tipo Avatar só que com robô né? Ah ta.




domingo, 7 de fevereiro de 2010

Tweets que ultrapassam 140 caracteres: Guerra ao terror


Maior candidato a estragar a festa de James Cameron e seus bichos azuis no Oscar, Guerra ao terror é um excelente filme. Não é o melhor filme de guerra de todos os tempos e, provavelmente, nem o definitivo sobre a nova guerra no Iraque, mas, com certeza, tem que figurar em qualquer lista de melhores do ano, como vem acontecendo. Entre os muitos méritos da obra, destacam-se dois: a atuação intensa de Jeremy Renner e a direção certeira de Kathryn Bigelow. Renner é capaz de compor um personagem com as mais variadas nuances. Percebemos que seu Sargento James é um viciado em adrenalina (como diz um soldado à certa altura do filme) e de uma inconsequência suicida, no entanto, concomitantemente a isso, é possível notar sua seriedade e determinação no trabalho, assim como sua sensibilidade no trato com os nativos. Se tem alguém capaz de tirar o Oscar do dude Jeff Bridges, esse alguém é Jeremy Renner. Quanto a Bigelow, é impressionante perceber o amadurecimento dessa cineasta. Depois de seu fraco último longa, K-19, ela demonstra muito talento ao narrar a história do esquadrão antibomba do exército americano. Kathryn é perfeita ao apostar numa abordagem documental em certos momentos, abusando do zoon in e zoom out, da câmera na mão e dos cortes rápidos, imprimindo uma urgência muito interessante e orgânica à narrativa. Nas situações em que opta por outro estilo, é exata no uso comedido e minimalista da câmera lenta.

Portanto, é plenamente justificável o bafafá em torno de The Hurt Locker (algo como o armário da dor, fazendo alusão à roupa utilizada no trabalho do esquadrão antibomba), e recomendável que todos assistam, de preferência no cinema, apesar de já estar há longos meses nas locadoras, devido a uma jogada de marketing pífia dos distribuidores brasileiros.

Miguel Moura


sábado, 6 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Vídeo da semana: From Paris with love


Esse post é dedicado àqueles que, como eu, sentem falta do bom cinema de ação. Os anos 80 se passaram e com ele ficaram boa parte dos melhores filmes do gênero. Hoje, tudo que se encontram são fitas super-estilizadas, que abusam dos efeitos especiais e que ,normalmente, são originárias de outras fontes, especialmente os quadrinhos. Aquele bom filme politicamente incorreto, violento e recheado de efeitos práticos ficou para trás. Luc Besson é um homem dos anos 80, seu filme mais badalado até hoje é dessa década - Nikita - e ele mesmo é o homem responsável pelas obras que mais resgatam aquele espírito perdido. Carga explosiva, Beijo do Dragão e Busca Explosiva, são todos filme que, se não são geniais, têm o mérito de exalar a incorreção antes tão comum. Em 2010, lança ao lado do diretor Pierre Morel (de Busca Explosiva) From Paris with love (que aqui, pelo que parece, recebeu o terrível nome de "Dupla explosiva") um filme que pelo seu trailer pode-se perceber traços dos filmes de outrora e a presença de um Travolta energético, nos melhores moldes Máquina Mortífera e Duro de matar. Veremos.







Quote do dia: O Lutador


Mickey Rourke não ganhou o Oscar 2009, mas se tivesse, não teria sido de forma alguma injusto. Sua atuação como Randy "the Ram" Robinson é antológica. Seu lutador em decadência é ao mesmo tempo a síntese de sua carreira e sua redenção. Poucos atores são capazes de demonstrar tanta emoção com tão pouco. Rourke não precisa de palavras, apenas de um olhar para transmitir toda dor e frustração daquele homem destruído pelo tempo. E em um dos melhores diálogos do filme, "the ram" resume para sua filha, em poucas palavras, sua natureza.

"I'm an old, broken down, piece of meat... And I'm alone"


Vídeo do diálogo interpretado por Mickey Rourke e Evan Rachel Wood:




quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Quote do dia: Na natureza selvagem


Um dos melhores filmes dessa década que termina e um dos personagens mais fascinantes do cinema e da vida real - Christopher McCandless. Em um diálogo com um de seus amigos construídos ao longo de sua jornada, Ronald Franz, Chris resume em poucas palavras e em uma frase sua inquietação e descontentamento com os rumos da sociedade em que vive.


"Mr. Franz, I think careers are a 20th century invention and I don't want one"


A seguir, um vídeo com algumas imagens do filme e a música Society, interpretada por Eddie Vedder, autor da inesquecível trilha sonora da obra.







terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Filmes que podem ser definidos com apenas uma frase: Ninja Assassino


- prefiro o ninja Jiraya!



Nota do blogueiro: nova série de posts inspirados pela falta de palavras para definir filmes como o citado acima.



Tweets que ultrapassam 140 caracteres: indicações ao Oscar


Rapidamente: saíram as indicações ao Oscar. Nenhuma grande novidade, a não ser a esquisitice anunciada de indicar 10 filmes à categoria de melhor filme, o que força a academia a indicar filmes apenas medianos, como Distrito 9 . Mas, em um segundo momento, não há muita diferença, já que o maior ganhador do ano passado foi o fraco Quero ser milionário.
Nas categorias restantes, pequenas surpresas, se é que podem ser chamadas assim, como a não inclusão de Mélanie Laurent de Bastardos Inglórios na categoria de atriz coadjuvante.
Fico na reclamação, é claro, pela inclusão da nossa amiga Sandra Bullock - provável ganhadora - e da falta de inúmeros filmes na imensa lista de melhor filme. Para citar, fico com dois: Onde Vivem os Monstros (nenhuma indicação???) e Star Trek, anos luz melhor filme e melhor ficção que o superestimado Distrito 9.
De resto, é comemorar a vitória certa do "dude" Jeff Bridges e fazer uma mandinga séria para Bullock não levar. Sou Meryl Streep desde pequeno.

Miguel Moura


Tweets que ultrapassam 140 caracteres: Gran Torino


Não consigo entender como críticos renomados e interessantes conseguem enxergar uma obra-prima no penúltimo filme de Clint Eastwood. Em tempos de prêmios, há quem reclame a não inclusão da obra e incense-a como a melhor de 2009. Meu Deus, eu vi outro filme. Pois o filme que eu vi tem Eastwood numa performance caricatural, por vezes até engraçada, é verdade, mas que ruma para o ridículo conforme o desenrolar da trama; tem os piores atores coadjuvantes que eu tive o desprazer de acompanhar no cinema - o que dizer do Padre Janovich? - ou, principalmente, da dupla oriental, com destaque negativo para o intérprete de Thao, beirando o amadorismo; tem o relacionamento motriz da obra altamente superficial - Walt e Thao se tornam melhores amigos quase que da noite para o dia - e tem, principalmente, um final de levantar da cadeira e sair irritado do cinema. A escolha de Eastwood por finalizar a fita com um ato de heroísmo e sacrifício descabido e tolo é revoltante, e não só enfraquece o filme como o torna moralmente complicado, para dizer pouco. Piegas, mal-atuado, maniqueísta e chato. Como é que alguém ainda vê qualidades suficientes para alçá-lo à condição de integrar qualquer lista de melhores que seja?

Resposta? Não sei.

Miguel Moura


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Notícia do dia: prequel da franquia Bourne


Depois de um excelente terceiro filme que coroou a trilogia, o diretor Paul Greengrass abandonou a franquia Bourne em busca de novos desafios e, junto com ele, foi seu protagonista Matt Damon. Com isso, a Universal - estúdio responsável pela série - resolveu entrar na moda do prequel (uma espécie de pré-sequência que tem seus acontecimentos passados antes dos filmes anteriores) e pensa em uma aventura com novo diretor e um novo ator.

Opinião: com a saída de seus dois alicerces da produção, os executivos da Universal têm apenas duas opções para não perder sua mina de ouro: um reboot ou uma pré-sequência. Em ambos os casos, não há nenhuma continuidade com a série ou respeito ao livros de Robert Ludlum, são apenas meios para se fazer dinheiro o mais rápido possível, aproveitando enquanto a série ainda está fresca na memória dos consumidores. Uma pena, já que a trilogia Bourne se consolidou com uma das séries de espionagem mais respeitadas do cinema, influenciando, inclusive, um primo mais velho e famoso - James Bond.

Miguel Moura


domingo, 31 de janeiro de 2010

Quote do dia: Harry e Sally

A ideia principal da "quote" do dia é fugir das frases mais conhecidas e buscar algumas impagáveis que possam ter passado despercebidas. Mas, nesse caso, me rendo a um clássico, uma comédia romântica que até hoje é imitada e nunca superada. Tempos idos em que Billy Cristal tinha graça e a Meg Ryan tinha uma boca de ser humano.

Depois de Sally fingir orgasmo para provar seu argumento, a senhora do lado lança uma pérola:

"I'll have, what she's having"




sábado, 30 de janeiro de 2010

Vídeo da semana: Zumbieland

O vídeo escolhido é o trailer de uma das estréias da semana. Em meio a Mel Gibson e Nelson Mandela, esse frescor de originalidade hollywoodiana merece destaque. "Zumbieland" é uma paródia de filmes-de-Zumbi imortalizados pelo mestre George Romero, que aqui recebeu o sóbrio e óbvio título de Zumbilândia. E eu que temia por mais um daqueles títulos geniais do tipo "Deu a louca nos zumbis". Melhor assim.




*vídeos postados com a ajuda do grande Luiz Filipe Motta


Tweets que ultrapassam 140 caracteres: Onde vivem os monstros

Cineastas como Spike Jonze são raros. Em "Where the wild things are" Jonze mais uma vez demonstra todo seu domínio estético e sua sensibilidade atrás das câmeras para contar a mais sensível das histórias. Uma história sobre solidão e amizade, uma alegoria sutil sobre as relações
contemporâneas contada com a devida carga de lirismo e contemplação. Sem dúvidas, um dos melhores filmes desse ano que recém começou. Merecedor inclusive de uma crônica/resenha que está por vir neste mesmo blog.

"don't go, i'll eat up. I love you so."


Miguel Moura



sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Crítica: Invictus


As mímeses de Mandela

Por Miguel Moura

27/01/2010

Um filme sobre Rugby não é exatamente o sonho de consumo do público brasileiro. Mas a verdade é que pouco importa o esporte jogado, poderia ser até futebol, mas toda essa temática seria eclipsada pela figura imponente de um dos maiores personagens do século XX. Em Invictus (2009), Mandela descola de sua imagem quase beatificada e transforma-se em ser humano na performance simbiôntica de Morgan Freeman.


São nesses momentos, em que o magnífico Freeman está em cena, que o filme cresce, deixando para trás a simplicidade de um filme esportivo comum e abraçando a alma de Mandela. O ator norte-americano consegue transmitir toda imponência e fragilidades concomitantes naquele homem, que, ao mesmo tempo em que sofria com uma simples pergunta sobre sua família, dava demonstrações de profundo conhecimento político e humano para contornar as mais delicadas situações em um período conturbado de seu país natal. Freeman mimetiza Madiba (como é chamado o ex-presidente da África do sul, por seus amigos e companheiros) de uma maneira impressionante, sendo certeiro em sua composição tanto psicológica quanto física - é de se notar a fragilidade no caminhar de um senhor que passou 30 anos atrás das grades.


Em mais uma demonstração de sua inteligência política, Mandela enxerga no Rugby - esporte segregador e elitista no país - a chance de unir, pela primeira vez, a nação em torno de um objetivo comum: a vitória na copa do mundo. Sendo assim, o presidente estreita sua relação com o capitão do time François Pienaar (Matt Damon), e é essa relação que conduz o filme a rumos previsíveis, mas não por isso menos tocantes. A compreensão de Pienaar da importância de Mandela em um momento em que o senso comum branco o taxava de terrorista, é sensibilizante.

Clint Eastwood retoma a mão firme do grande diretor que é e, após o fraco e moralmente confuso Gran Torino, volta a demonstrar seu talento para contar histórias, apostando em closes e planos-detalhe, escancarando, assim, a emoção de cada personagem enquadrado. Eastwood é feliz também na direção das cenas de ação que envolvem o jogo de rugby, utilizando-se de cortes rápidos e da câmera lenta, que mesmo super-utilizada, continua a servir seu propósito de estender o tempo cênico e criar emoção através da apreensão.

Esbarrando por vezes na pieguice e na burocracia de seu tema, Invictus cresce na riqueza de seu protagonista e de seu intérprete. Nessa temporada de prêmios, o novo filme de Eastwood corre por fora, mas não seria surpreendente se abocanhasse algumas estatuetas, já que Hollywood adora temas de superação. Nesse caso, ainda com mais força, já que se trata de uma história verídica, outra fixação da academia.

*texto originalmente publicado no site www.almanaquevirtual.com.br