terça-feira, 30 de março de 2010

Vídeo da semana: Knight and day


Uma mistura de Missão Impossível e Sr. e Sra. Smith com direito à Cameron Diaz?
Parece divertido...







Filmes que podem ser definidos com apenas uma frase: O livro de Eli


- Bem feito, bem dirigido, mas falta alguma coisa... Já sei: originalidade!


segunda-feira, 29 de março de 2010

Crítica: O caçador


Um dos melhores filmes policiais de 2009 é coreano.


O Oriente ensina


Por Miguel Moura
07/10/2009

O cinema oriental é mesmo fascinante. Nenhuma escola de cinema forma cineastas com tamanho apuro visual quanto os orientais; é impressionante constatar como apesar de diferentes países e nomes, a qualidade se mantém. O cinema chinês, por exemplo, é responsável pelo que talvez seja o maior diretor de filmes de ação existente, -
John Woo- cujas cenas em câmera lenta, perfeitamente orquestradas servem de inspiração/cópia até hoje. Da china veio também o genial Ang Lee; já o Japão é casa de um dos maiores gênios do século 20 -Akira Kurosawa, para ficar em apenas alguns exemplos. O cinema coreano demorou a se firmar internacionalmente, no entanto, nos anos 2000 obras geniais de diferentes gêneros ("Oldboy" e "O Hospedeiro" para citar alguns) conquistaram o mundo e consolidaram a Coréia do Sul como mais um celeiro de grandes obras.

O Caçador (The Chaser , 2008) é um desses exemplos de magnitude do cinema advindo do oriente. A obra narra à história de Joong-Ho, um ex-detetive e agora cafetão, que se vê afundado em dividas ao passo que suas "meninas" estão desaparecendo misteriosamente. Mi-jin, uma das únicas que sobraram, também desaparece após um programa, o que leve Ho a perceber uma ligação entre os sumiços. Todas as meninas desaparecidas atenderam ao mesmo homem. Sabendo disso, o cafetão vai atrás de sua empregada, e consegue capturar o culpado. Contudo, Ho e a policia não conseguem encontrar o local dos crimes, nem provais cabais, apesar da confissão do assassino. O diretor Hong-jin Na cria a partir das 12 horas de retenção sem mandado do prisioneiro, um tenso e bizarramente bem humorado policial.

O humor peculiar da obra advém principalmente da força motriz do longa: a violência. Seja ela emocional ou física (especialmente essa) estilizada ou crua, os exageros do protagonista aliada à irreverência do psicopata e primordialmente a brutal incompetência da policia coreana (pintada aqui, como sendo possivelmente a pior do mundo) fazem rir como poucas comedias em cartaz. Primeiramente, podendo parecer involuntário, a busca pelo humor é claramente percebido nas cenas passadas na delegacia (como não podia deixar de ser) que exibem um timing cômico perfeito. Muitas vezes, Hong-jin procura enquadrar feições e reações típicas do cinema de humor e inclui até uma hilária sub-trama envolvendo o prefeito de Seul.

Muito da força de O Caçador (titulo presente nas cópias exibidas no festival) reside em seu protagonista, um sujeito violento por natureza, mas que nem por isso deixa de demonstrar seguidamente sua humanidade - a relação com a pequena filha de Min Jee escancara bem toda a complexidade do personagem- e busca quase que irracionalmente sua protegida, botando em risco até mesmo sua vida e liberdade em prol dessa caçada. Não se pode deixar de ressaltar também o inspirado trabalho de
Jung-woo Ha como o psicopata Young-min Jee, alternando momentos de puro sadismo com uma insanidade quase juvenil.

Apesar de ter seu ultimo ato enfraquecido por coincidências absurdas, The Chaser funciona bem como um policial tenso, otimamente como aventura bem humorada e brilhantemente como sátira a um sistema policial falho. Tudo isso aliado a uma direção energética que nunca perde de vista as emoções de seus personagens, e uma montagem vigorosa, tornam a produção mais um belo exemplar do cinema oriental, que também é responsável por outras perolas neste festival como "Ainda a Caminhar" e "Sede de Sangue". É rezar para Hollywood não descobrir também o gênero policial, pois o terror já foi devidamente profanado.


*texto originalmente publicado no site almanaque virtual.


sexta-feira, 19 de março de 2010

Vídeo da semana: Guerra ao Terror


Em uma óbvia homenagem ao vencedor do Oscar Guerra ao Terror, o vídeo desta semana é uma cena que ilustra perfeitamente o espírito da obra. Entre muitas cenas épicas de guerra, a sequência escolhida é simples, mas certeira. Na cena, o personagem principal interpretado magistralmente por Jeremy Renner se encontra em um supermercado para uma simples compra do mês. O simbolismo da cena é genial; o Sgt. James não consegue deixar de ser o sargento, e seu desconforto é aparente. Estar ali contraria sua natureza, uma natureza bélica e acostumada à violência.



Miguel Moura


sábado, 13 de março de 2010

Filmes que podem ser definidos com apenas uma frase: Ps: eu te amo


- então quer dizer que a melhor forma de fazer esquecerem você é continuar mandando cartas tempos depois de morto?


Miguel Moura


Pós Oscar


Impressões rápidas: a cerimônia foi chata, a apresentação de Steve Martin e Alec Baldwin foi inferior ao que poderia se imaginar - em grande parte pelo fraco texto - e Sandra Bullock ganhou o Oscar de melhor atriz. Um Oscar como tantos outros: político, enfadonho, mas sempre estranhamente charmoso.

Pontos altos: Jeff Brigdes, dude, Jeff Bridges! E a vitória justíssima de Bigelow e seu Guerra ao Terror.

Pontos baixos: A festa em sí não teve grandes momentos mas a gafe tremenda de não incluir Farah Fawcett no post morten há de se destacar. Faltou elegância.

Miguel Moura



domingo, 7 de março de 2010

Dia de Oscar

Hoje é dia! Celebra-se nesse domingo, 7 de março, a maior festa do cinema americano. Cada ano que passa mais previsível mas nem por isso menos divertido. Esse ano a briga é entre Kathryn Bigelow e seu Guerra ao Terror e o midas James Cameron e seu milionário Avatar.
A primeira vista a briga é desigual, a desproporção entre as obras é enorme, mas não deve-se subestimar o poder do filme de Bigelow, que vem colecionando prêmios mundo a fora.

Minha previsão: (em vermelho, as minhas apostas.)

Melhor Filme
"Avatar"
"Guerra ao terror"
"Preciosa"
"Up – Altas aventuras"
"Bastardos inglórios"
"Um sonho possível"
"Amor sem escalas"
"Distrito 9"
"Educação"
"Um homem sério"


Ator
George Clooney, "Amor sem escalas"
J
eff Bridges, "Coração louco"
Colin Firth, "A Single Man"
Morgan Freeman, "Invictus"
Jeremy Renner, "Guerra ao terror"

Atriz
Meryl Streep, "Julie & Julia"
Sandra Bullock, "Um sonho possível"
Gabourey Sidibe, "Preciosa"
Helen Mirren, "The Last Station"
Carey Mulligan, "Educação"

Ator coadjuvante
Matt Damon, "Invictus"
Woody Harrelson, "The Messenger"
Christopher Plummer, "The Last Station"
Stanley Tucci, "Um olhar do paraíso"
Christoph Waltz, "Bastardos inglórios"

Atriz coadjuvante
Vera Farmiga, "Amor sem escalas"
Mo'Nique, "Preciosa"
Anna Kendrick, "Amor sem escalas"
Penelope Cruz, "Nine"
Maggie Gyllenhaal, "Coração louco"


Diretor
Quentin Tarantino, "Bastardos inglórios"
Kathryn Bigelow, "Guerra ao horror"
James Cameron, "Avatar"
Lee Daniels, "Preciosa"
Jason Reitman, "Amor sem escalas"

Melhor animação
"Up – Altas aventuras"
"Coraline"
"O fantástico Sr. Raposo"
"A princesa e o sapo"
"O segredo de Kells"

Melhor roteiro original
"Guerra ao Terror"
"Bastardos inglórios"
"O Mensageiro"
"Um homem sério"
"Up – Altas Aventuras"

Melhor roteiro adaptado
"Distrito 9"
"Educação"
"In the Loop"
"Preciosa"
"Amor sem escala"

Melhor filme estrangeiro
"Ajami"
"El Secreto de Sus Ojos"
"The Milk of Sorrow"
"Un Prophète"
"A fita branca"

Melhor edição de filme
"Avatar"
"Distrito 9"
"Guerra ao terror"
"Bastardos inglórios"
"Preciosa"

Direção de arte
"Avatar"
"O mundo imaginário do Dr. Parnassus"
"Nine"
"Sherlock Holmes"
"The Young Victoria"


Cinematografia (Fotografia)
"Avatar"
"Harry Potter e o enigma do príncipe"
"Guerra ao Horror"
"Bastardos inglórios"
"A fita Branca”

Melhor figurino
"Bright Star"
"Coco antes de Chanel"
"O mundo imaginário do Dr. Parnassus"
"Nine"
"The Young Victoria"

Documentário
"Burma VJ"
"The Cove"
"Food, Inc."
"The Most Dangerous Man in America: Daniel Ellsberg and the Pentagon Papers"
"Which Way Home"

Documentário de Curta-metragem
"China's Unnatural Disaster: The Tears of Sichuan Province"
"The Last Campaign of Governor Booth Gardner"
"The Last Truck: Closing of a GM Plant"
"Music by Prudence"
"Rabbit à la Berlin"

Melhor maquiagem
"Il Divo"
"Star Trek"
"The Young Victoria"

Melhor trilha sonora
"Avatar"
"O fantástico Sr. Raposo"
"Guerra ao terror"
"Sherlock Holmes"
"Up – Altas aventuras"

Melhor música
"Almost There" de "A princesa e o sapo"
"Down in New Orleans" de "A princesa e o sapo"
"Loin de Paname" de "Paris 36"
"Take it All" de "Nine"
"The Weary Kind (Theme from "Crazy Heart") de "Coração louco"

Curta-metragem de animação
"French Toast"
"Granny O'Grimm's Sleeping Beauty"
"The Lady and the Reaper"
"Logorama"
"A Matter of Loaf and Death

Curta-Metragem
"The Door"
"Instead of Abracadabra"
"Kavi"
"Miracle Fish"
"The New Tenants"

Edição de som
"Avatar"
"Guerra ao Terror"
"Bastardos inglórios"
"Star Trek"
"Up – Altas Aventuras"

Mixagem de som
"Avatar"
"Guerra ao Terror"
"Bastardos inglórios"
"Star Trek"
"Transformers: A vingança dos derrotados"

Melhores efeitos visuais
"Avatar"
"Distrito 9"
"Star Trek"

obs: As categorias que não possuem apostas são devido a meu total desconhecimento acerca das obras indicadas.

Miguel Moura


sábado, 6 de março de 2010

Crítica: Tá chovendo Hamburguer


Um filme que deveria estar entre os candidatos a melhor animação:

Surpreendente. A animação dos diretores Phill Lord eChris Miller tão pouco alardeada - marketing nacional quase inexistente - narra a historia de um gênio incompreendido, Flint Lockwood (voz original do comediante Bill Hader) que desde pequeno deseja fazer a diferença através da ciência. Deseja mudar o destino de sua cidade, uma ilha pesqueira perdida no meio do pacifico.

Após diversas tentativas frustradas, Flint inventa uma máquina capaz de transformar água em comida. Mais tarde, devido a um acidente, a geringonça vai parar na estratosfera e passa a transformar chuva em... HAMBURGUERES! Ao lado de coadjuvantes divertidíssimos a história de Flint diverte por sua leveza e criatividade. Mesmo longe de ser genial como algumas animações Disney-Pixar, Tá chovendo Hambúrguer (Cloudy with a Chance of meetballs, 2009) é melhor do que se pode esperar à primeira vista.

A saga de Flint é contada de maneira muito simples e exatamente por isso, eficaz. Sem a intenção de ser transformador ou tocante como Up, por exemplo, Cloudy with a Chance of meetballs (no original) possui narrativa fluida, estruturada e agradável por se concentrar principalmente em seus personagens para contar a historia. Personagens esses que conferem grande parte do charme ao filme, com destaque para o hilário carteiro Guatemalteca (dublado pelo galã "wannabe" Benjamin Bratt) e o sisudo pai de Flint, Tim Lockwood (na voz do veterano James Caan). Em algum momento pode-se sim questionar uma suposta falta de ambição artística do filme. Mas na verdade, é a turma de John Lasseter que nos deixou mal acostumados.

Um ponto a ser levado em consideração é a grande parte das gags serem voltadas mais ao público adulto do que ao publico infantil. Interessante por um lado, mas que pode sempre representar um risco a esse tipo de obra. Se levarmos em consideração sua estréia no topo do Box Office, podemos confirmar a predileção do público em geral por boas histórias que falam para todas as idades. Podemos citar como exemplo de obras maduras, Shrek (Dreamworks) e Wall-E (Disney-Pixar). Duas das animações mais bem faladas dessa década.

A experiência em 3D engrandece ainda mais o filme. E quanto mais vejo obras com essa tecnologia, mais rapidamente chego à conclusão que o presente e futuro do cinema residem ai. E não na ainda inviável tecnologia IMAX. Ta chovendo Hamburguer merece a ida ao cinema. Lamento apenas que a sessão para a imprensa tenha sido em cópia dublada. A experiência deve ficar ainda melhor nas vozes dos divertidos Bill Hader e Andy Samberg.

Miguel Moura

quarta-feira, 3 de março de 2010

Tweets que ultrapassam 140 caracteres: Fim da Escuridão


Mel é o Mel. Eu sou fã incondicional e quando assim se é, fica difícil ser imparcial. Não que essa seja a intenção, pois não é. Sou capaz, por exemplo, de perceber seus exageros e sua afeição pelo chamado overacting em alguns momentos, mas sou incapaz de não apreciá-los. Dito isso, devo dizer que a persona vingativa encarnada por Mel em tantas obras ao longo dos anos 80 e 90 está de volta. Tom Craven nada mais é do que uma versão envelhecida, de cabelos brancos, do Max ou de Martin Riggs - personagens que definiram a carreira do americano/australiano. A obra não é perfeita, Martin Campbell aposta mais na falação do que na ação em , o que não é de todo ruim se a trama fosse melhor trabalhada ou mesmo mais envolvente. O poder da fita reside na atuação de seu protagonista, um personagem interessante que cresce devido ao carisma de Gibson. As poucas cenas de ação são bem trabalhadas - marcas de seu diretor - e a atmosfera e ritmos impostos são orgânicos à narrativa. O que realmente incomoda são os ares sobrenaturais que nadam acrescentam à historia e só enfraquecem o drama de Craven.

Miguel Moura