sábado, 6 de março de 2010

Crítica: Tá chovendo Hamburguer


Um filme que deveria estar entre os candidatos a melhor animação:

Surpreendente. A animação dos diretores Phill Lord eChris Miller tão pouco alardeada - marketing nacional quase inexistente - narra a historia de um gênio incompreendido, Flint Lockwood (voz original do comediante Bill Hader) que desde pequeno deseja fazer a diferença através da ciência. Deseja mudar o destino de sua cidade, uma ilha pesqueira perdida no meio do pacifico.

Após diversas tentativas frustradas, Flint inventa uma máquina capaz de transformar água em comida. Mais tarde, devido a um acidente, a geringonça vai parar na estratosfera e passa a transformar chuva em... HAMBURGUERES! Ao lado de coadjuvantes divertidíssimos a história de Flint diverte por sua leveza e criatividade. Mesmo longe de ser genial como algumas animações Disney-Pixar, Tá chovendo Hambúrguer (Cloudy with a Chance of meetballs, 2009) é melhor do que se pode esperar à primeira vista.

A saga de Flint é contada de maneira muito simples e exatamente por isso, eficaz. Sem a intenção de ser transformador ou tocante como Up, por exemplo, Cloudy with a Chance of meetballs (no original) possui narrativa fluida, estruturada e agradável por se concentrar principalmente em seus personagens para contar a historia. Personagens esses que conferem grande parte do charme ao filme, com destaque para o hilário carteiro Guatemalteca (dublado pelo galã "wannabe" Benjamin Bratt) e o sisudo pai de Flint, Tim Lockwood (na voz do veterano James Caan). Em algum momento pode-se sim questionar uma suposta falta de ambição artística do filme. Mas na verdade, é a turma de John Lasseter que nos deixou mal acostumados.

Um ponto a ser levado em consideração é a grande parte das gags serem voltadas mais ao público adulto do que ao publico infantil. Interessante por um lado, mas que pode sempre representar um risco a esse tipo de obra. Se levarmos em consideração sua estréia no topo do Box Office, podemos confirmar a predileção do público em geral por boas histórias que falam para todas as idades. Podemos citar como exemplo de obras maduras, Shrek (Dreamworks) e Wall-E (Disney-Pixar). Duas das animações mais bem faladas dessa década.

A experiência em 3D engrandece ainda mais o filme. E quanto mais vejo obras com essa tecnologia, mais rapidamente chego à conclusão que o presente e futuro do cinema residem ai. E não na ainda inviável tecnologia IMAX. Ta chovendo Hamburguer merece a ida ao cinema. Lamento apenas que a sessão para a imprensa tenha sido em cópia dublada. A experiência deve ficar ainda melhor nas vozes dos divertidos Bill Hader e Andy Samberg.

Miguel Moura

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